Fernando Lima, Zitamar's editor-at-large and titan of independent Mozambican journalism, turns 70 today.
Fernando came of age at the time of Mozambique's independence and his personal history is inextricable from that of the country – working first for state media, then helping set up the country's first independent print media, which (as noted below) are still going strong. He's seen it all, and often played a role beyond that of mere reporter. As is also noted below, he really needs to write a book about it.
For now, though, we wanted to mark this anniversary with a tribute to him, collected from colleagues and friends through the years. We publish them below in English and in Portuguese as they were submitted.
I'll start: I became aware of Fernando shortly after moving to Mozambique in 2014. He was clearly a huge figure in Mozambican journalism – and a credible voice one could seek out for comment on almost any topic in Mozambique. It was hugely flattering to learn, later on, that he was impressed with what Leigh and I had created at Zitamar News. We became friends and he was someone we could always turn to to sense-check what we were writing about the country which he knew so well, and we were really only starting to understand.
Fernando has a winning combination of simultaneously knowing pretty much everything, and assuming that he knows nothing. He always knows the right person to ask, and has incredible access in the top echelons of decision-makers across all aspects of Mozambican life.
When the opportunity came to bring Fernando into our team full-time, we didn't hesitate – and he is a huge part of why our Daily Briefing has become the quality product it is today.
Many happy returns, Fernando!
Tom Bowker, editor in chief, Zitamar News
Paul Fauvet, journalist and editor of Mozambique News Agency's English service:
Fernando Lima was one of the first journalists I met when I arrived in Mozambique in February 1981. He proved that it was possible to support the Mozambican revolution without being a dour dogmatist. Fernando worked hand in glove with the late Carlos Cardoso at the head of the Mozambique News Agency (AIM) and the two of them were key in giving AIM its reputation for openness. Later, at the head of the company Mediacoop, he was key in the defence of press freedom, and the papers he was instrumental in establishing (the daily “Mediafax” and the weekly “Savana”) are still going strong while many others have collapsed.
Francisco Carmona, editor of the Savana newspaper:
Travei conhecimento direto com Fernando Lima, uma referência incontornável do bom jornalismo, em Outubro de 2004, já lá vão 20 anos, quando me juntei à Mediacoop, concretamente no jornal SAVANA. Mas já o lia desde os meados dos anos 90. Um profissional de grande rigor, apuradíssimo senso jornalístico e sem arrogância profissional e intelectual, Fernando Lima é uma figura que sempre está aberta para trocar notas sobre vários assuntos na nossa área. Mas um dos momentos marcantes na nossa relação profissional foi quando eu conduzia o seu programa "Os Pontos de Fernando Lima", na RádioSAVANA100.2, um dos produtos da Mediacoop. Nunca havia feito um programa de Rádio, que, ao mesmo tempo, era televisionado. Fui desafiado por ele a sair da caixa. Foram momentos de grandes e importantes discussões, sobre assuntos políticos, económicos e sociais, que dominaram a semana. Foi um momento de permanente aprendizagem. Ajudou-me a crescer profissionalmente.
Parabéns Fernando Lima pelos 70 anos, longa vida e um forte abraço.
Andrew Meldrum, editor at the Associated Press:
Good journalists don’t get old - like fine wine they get better with age. That’s certainly the case with Fernando Lima! His work and dedication have been an inspiration to so many journalists in Mozambique and all of Southern Africa. I’m lucky to have known Lima since the mid 80s and I’m proud that we’ve remained friends all this time. Happy Birthday.
Fátima Mimbire, journalist, activist, and politician:
Eu conheci o FL quando ainda era estudante na Escola de Comunicação e Artes. O meu contacto pessoal com ele foi no final do primeiro semestre de 2004, numa visita ao Mediacoop que eu e meus colegas, entre os quais o Nhanale e o falecido Juma Aiuba, que Deus o tenha, fizemos por conta de um trabalho. O FL ainda era jovem, cheio de cabelos pretos. Ficámos todos nós impressionados, tipo a realizar um sonho, por conhecermos ao vivo uma das maiores referências de jornalismo em Moçambique, cujos escritos tínhamos o prazer de ler todas as semanas.
Nos meados de 2005, nessa altura eu trabalhava para o jornal Embondeiro, recebi uma chamada do Milton Machel dizendo que o Fernando Lima queria falar comigo. Nossa, foi uma emoção muito grande, afinal, ele era, na verdade é, uma sumidade no jornalismo. E nesse encontro, realizado num lugar preferido do Lima na altura, por causa das bifanas (e diga-se que passei a gostar porque as bifanas são mesmo saborosas), localizado na Mao Tse Tung, mesmo em frente à Escola Nacional de Música, recebi o convite para me juntar à equipa da redacção do MediaCoop. Foi um dia inesquecível. Claramente que não aceitei logo o convite porque tinha antes que ir falar com o Salema, que foi meu mentor e é um grande amigo, que me iniciou no jornalismo, colocou os melhores editores à minha disposição para me treinarem a ponto de ser vista pela equipa do Savana, que me queria lá. E tive o encorajamento do Salema e de todos os colegas do Embondeiro e fui ao Savana. Tive a oportunidade de trabalhar com uma 'dream team' montada pelo Fernando Lima, composta pelo Rafael Bié, Milton Machel, Francisco Carmona, Luís Nhachote, Armando Nenane, Paulo Mubalo, Carla Lopes, Salane Muchanga, Maura Quatorze, Fernando Manuel, Roben Jossai, Alírio Chiziane (com quem estive nos últimos dias da sua vida, numa viagem para Londres, embora eu não estivesse mais no Savana), Kok Nam, Naita Ussene e o Fernando Gonçalves, e ainda tive a oportunidade de trabalhar com a super competente Benvida Tamele, indirectamente com o Fernando Banze do Mediafax, que nos fazia escrever coisas de qualidade, sob pena de a publicidade ocupar o espaço deixado. A oportunidade oferecida pelo Fernando Lima, enquanto Presidente da MEDIACOOP marcou-me profissional e pessoalmente de forma muito profunda. É verdade que a minha passagem pelo jornal foi muito curta porque, eu era estudante a 100% (meus pais faziam questão que eu me dedicasse inteiramente aos estudos, mas eu sentia que precisava de praticar, jornalismo é uma actividade prática, que se forja nas escolas, faculdades e se aperfeiçoa nas redacções), e por conta disso tive algumas pequenas clivagens com a direcção.
Portanto, falar de Fernando Limo, que é um amigo, com quem estou todos os dias numa plataforma virtual na qual ele é muito activo, bebendo da sua sabedoria, debatendo sobre o país, é uma figura incontornável do jornalismo. É uma referência para muitos jornalistas e para mim em particular. E me inspira muito o facto de depois de reformar na Mediacoop, ele se ter recusado a reformar no jornalismo. Jornalista se é para toda a vida e Fernando Lima mostra-nos isso todos os dias com o seu trabalho que revela amor à sua vocação de escriba. Estamos sempre a dizer-lhe que estamos à espera de um livro dele, sobre jornalismo e memórias que ele tem desde a cobertura da guerra, a época da censura prévia, as peripécias do processo de criação da lei de imprensa- já contou-nos memórias, mas achamos que o público actual e o futuro merecem conhecer uma parte da nossa história da imprensa não muito bem documentada e na versão do Fernando Lima. Neste dia em que celebra os seus 70 anos, quero desejar o melhor que a vida ainda pode dar para um septuagenário. Sobretudo, desejo muita saúde, mais vontade e alegria de viver que lhe é característico, que possa continuar a criar memórias bonitas com a sua esposa, seus filhos e netos, de quem fala cheio de orgulho e olhos brilhantes. Obrigada, Lima, pela amizade, pela oportunidade, pelos ensinamentos. Muitas felicidades.
Leigh Elston, Zitamar co-founder:
Fernando is one of the most dedicated and hard-working journalists I know, and one of the kindest and most generous men. It is an honour and pleasure to have him as a colleague and a friend.
He knows everyone, has been everywhere, yet he still approaches everything with curiosity and an open mind. I don't think I have ever seen him in a bad mood. Whatever the circumstances, he exudes calmness and intelligence and good humour. It is one of the many reasons he is the first person to turn to, to get to the bottom of a story – and to turn to in a crisis. And though you may need to be patient — you will be one in a long line of people he has committed to helping at the time — you can trust he will be dedicating himself wholly and thoroughly to the most urgent task at hand. Your turn will come, and you will not be disappointed with the results.
My experience of Mozambique was so much fuller and richer for knowing Fernando. His approach to journalism, and approach to life, are an inspiration.
Happy 70th birthday Fernando! I hope one day we can celebrate with you in your beautiful garden in Bilene.
Luís Nhachote, journalist:
Aos 70 anos a trajetória do jornalista Fernando Lima pode se confundir com a história de um país que ele viu nascer há quase cinco décadas. Por isso, ele é eternamente rebelde, nos dogmas, nos sonhos e nas lutas.
Tomás Queface, Zitamar News:
Feliz aniversário, Fernando! É um previlégio poder beber da tua rica experiência e sabedoria. Votos de muita saúde, amor e paz.
Celeste Pedro, Zitamar News:
Já admirava antes o seu trabalho a partir do jornal Savana, acompanhando algumas entrevistas pela televisão, e nunca imaginei que um dia poderia trabalhar lado a lado com o Fernando Lima – para dizer que tenho um carinho muito grande por si e seu altruísmo é algo por que agradecerei sempre.
Seja feliz! Que a felicidade esteja presente no seu novo ano de vida e que Deus abençoe os seus dias. Feliz aniversário!
Tomás Vieira Mário, journalist, activist, and head of the Conselho Superior da Comunicação Social:
João Feijó, senior researcher at OMR:
Fernando Lima é talvez o jornalista de referência em Moçambique: assertivo e equilibrado nas suas análises, frontal e diplomata na abordagem, sempre zeloso a proteger as suas fontes. Um homem extremamente curioso em relação ao mundo que o rodeia e um grande apreciador da vida selvagem. Tem uma das mais bonitas rhodesian ridgebacks (a Shy), irmã da mesma ninhada da minha cadela (a Niassa), o que felizmente reforçou a nossa amizade. Que se prolongue por muitos anos.